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Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor à procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.
{ Carlos Drummond de Andrade }
Amo vc...
abçs
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sábado, 11 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
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Me atirava do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair.
Era lindo, mas eu morria de medo.
tinha medo de tudo quase:
Cinema,
Parque de Diversão,
de Circo,
Ciganos…
Aquela gente encantada que chegava e seguia.
Era disso que eu tinha medo.
Do que não ficava pra sempre.
a b ç s
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Me atirava do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair.
Era lindo, mas eu morria de medo.
tinha medo de tudo quase:
Cinema,
Parque de Diversão,
de Circo,
Ciganos…
Aquela gente encantada que chegava e seguia.
Era disso que eu tinha medo.
Do que não ficava pra sempre.
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