sábado, 11 de julho de 2009

{AMAR}

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Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.







Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor à procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.









{ Carlos Drummond de Andrade }



















Amo vc...


abçs

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

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Me atirava do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair.



























Era lindo, mas eu morria de medo.

tinha medo de tudo quase:





Cinema,
Parque de Diversão,
de Circo,
Ciganos…








Aquela gente encantada que chegava e seguia.



Era disso que eu tinha medo.








Do que não ficava pra sempre.







a b ç s



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terça-feira, 7 de julho de 2009

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"A gente sempre destrói aquilo que mais ama
Em campo aberto ou em uma emboscada.


Alguns com a leveza do carinho,
Outros com a dureza da palavra.



Os covardes destroem com um beijo
Os valentes com uma espada"



Oscar Wilde fans


























abçs




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